Entenda as 3 diferenças básicas entre as vigas de concreto e madeira para sua obra

Fundamentais à sustentação de toda e qualquer obra, as vigas são elementos de caráter estrutural responsáveis por suportar e transferir tensões provocadas pelos esforços de flexão, geralmente, provenientes de lajes ou de outros pavimentos.

Mas não apenas isso, em favor de sua importância a escolha de seu material torna-se uma tarefa técnica decisiva capaz de influenciar sobre o desempenho da peça e sobre o seu custo final.

Pensando nisso, separamos neste post algumas informações importantes que podem auxiliar você nesta decisão.

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1 – Resistência e coeficiente de modificação

No que determinam as normas brasileiras NBR 7190:1997 (Projeto de Estruturas de Madeira) e NBR 6118:2014 (Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento), as resistências características são tabeladas. Isto é, são valores preestabelecidos através de ensaios destrutivos para servir de referência aos projetos.

Em ambas as normas, a madeira e o concreto armado são apresentados com resistências características similares. No entanto, é por este motivo que a norma voltada à estruturas em madeira aplica um coeficiente de modificação (Kmod) próprio para seus cálculos de dimensionamento.

Treliça em Madeira - Fonte: Autor

Estes coeficientes de modificação, também tabelados pela NBR 7190:1997, representam uma ponderação na resistência da peça em madeira. Confira o exemplo a seguir:

Kmod 1 – Este coeficiente depende do tipo de carregamento que está sendo aplicado sobre a peça em madeira.

Kmod 2 – Este é definido por meio da classe de umidade do ambiente em que a peça irá atuar: campos abertos, litorais, regiões de chuva frequente etc.

Kmod 3 – Este coeficiente é determinado a partir da inspeção realizada na peça, através da procura de patologias que podem prejudicar sua qualidade.

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2 – Peso

Quanto ao peso de cada um dos materiais, cabe a nós aqui ressaltar que, quando comparadas às peças em madeira de floresta plantada, as peças em concreto armado ostentam uma pesagem cerca de 3 a 4 vezes maior.

Por exemplo:

Concreto Armado – 2.500 kg/m³

Eucalipto – 800 kg/m³

Pinus – 600 kg/m³

As madeiras de floresta nativa, também conhecida como madeira de lei, chegam a pesos específicos de até 1 200 kg/m³, diminuindo esta relação para de 2 a 3 vezes mais pesadas.

Viga de Concreto Armado - Fonte: Autor

A utilização de estruturas mais leves refletem na redução do custo e na necessidade de capacidade das fundações, que recebem todo o carregamento, além de facilidade na mobilização in loco durante a construção. Entretanto, para as mesmas se faz necessário a verificação do influência do vento na edificação.

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3 – Fabricação

O concreto armado é composto de 5 componentes (areia, cimento, brita, água e armação) extraídos da natureza através da mineração. Já as peças em madeira devem ser extraídas de florestas plantadas cadastradas nos órgãos competentes. Feito isso, as mesmas passa por um processo de serragem e secagem para umidade padrão de norma.

Extração de Minérios - Fonte: https://outraspalavras.net

Extração de Eucalipto - Fonte: https://g1.globo.com

Diante disso, cabe a nós aqui ressaltar que os dois materiais possuem aspectos particulares que adequam-se à construção na qual serão utilizados. Isto é, não há um tipo certo a ser escolhido, mas sim aquele que melhor atenderá às necessidades da mesma.

Melhor dizendo, é nosso dever, como construtores e projetistas, pensar para além do convencional, para assim alcançar resultados satisfatórios. Por isso, é importante conhecer as soluções possíveis para um mesmo problema, tendo em vista o melhor custo-benefício, a garantia de segurança, desempenho e impactos sobre o meio ambiente.

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Bibliografia

ABNT NBR 7190:1997 (Projeto de estruturas de madeira);

ABNT NBR 6118:2014 (Projeto de estruturas de concreto — Procedimento);

CHUST, Ricardo Carvalho - Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: Segundo a NBR 6118:2014. Edufscar; Edição: 4 (1 de janeiro de 2014);

Pfeil, Walter e Pfeil, Michèle - Estruturas de Madeira. LTC; Edição: 6 (22 de setembro de 2003);

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Engº Pedro Volpi - Conteudista Técnico